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Fonte: Jornal Folha de S. Paulo Seção: Dinheiro Autor: Cláudia Rolli e Fátima
Fernandes O Ministério do Trabalho e a Abrat
(Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas) querem o fim das
Comissões de Conciliação Prévia (CCPs), criadas pela lei 9.958, de
2000, para resolver conflitos entre patrões e empregados. Em reportagem publicada domingo, a
Folha informou que uma força-tarefa formada pelo Ministério Público
Federal, pela Procuradoria Regional do Trabalho de São Paulo e pela
Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo constatou que algumas comissões
cometem crime contra a organização do trabalho e contra a União.
Primeiro, porque fraudam direitos dos trabalhadores. Segundo, porque
sonegam o pagamento de tributos. Osvaldo Bargas, secretário de Relações
do Trabalho do Ministério do Trabalho, diz que o governo defende a criação
de representações de sindicatos de trabalhadores dentro das empresas.
"Hoje, o sindicato discute suas reivindicações na porta das fábricas.
A idéia é que isso seja debatido dentro das empresas", afirma. A negociação direta entre patrões
e empregados ou a formação de uma representação do sindicato dentro
das fábricas, diz, será discutida no Fórum Nacional do Trabalho.
"Se isso for colocado em prática, não faz mais sentido manter as
CCPs", afirma. Nilton da Silva Correia, presidente
da Abrat, diz que, se não forem extintas, as CCPs devem, no mínimo, ser
proibidas de cobrar taxas de empresas ou de trabalhadores para realizar as
negociações e emitir recibos que valem como quitação de dívidas
trabalhistas. As fraudes constatadas pela força-tarefa
nas comissões não são surpresa para a Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). Tanto que a associação
encaminhou à Câmara dos Deputados sugestões para moralizar as CCPs. Entre elas estão o fim da cobrança
de taxas, a extensão de dez para 30 dias do prazo para conciliação, a
exclusão do número máximo de membros (atualmente é de dez
conciliadores) e a exigência de um rodízio entre os integrantes da
comissão -presidente, secretário e conciliadores dos trabalhadores e dos
empregadores. |