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Fonte: Jornal Valor Econômico - Seção: Legislação e Tributos Autora:Layrce de Lima, de Brasília Os vários projetos de lei prevendo a oficialização
da mediação como forma de solução de conflitos estão sendo cogitados
pelo Ministério da Justiça como uma forma de reduzir o número de
processos no Poder Judiciário. As propostas estarão em discussão hoje
em uma audiência pública coordenada pelo secretário de Reforma do
Judiciário, Sérgio Rabello Renault. O secretário também convidou os
protagonistas de projetos que já foram colocados em prática no Distrito
Federal e em Minas Gerais para expor suas experiências aos teóricos que
defendem a adoção da mediação como mecanismo obrigatório no país. "A mediação bem sucedida pode ser um passo
importante para a redução do número de processos judiciais",
afirma Renault. "Ela pode eliminar de 40% a 50% da demanda no Poder
Judiciário." O secretário ressalta que os projetos que tratam da
mediação nada tem a ver com a Proposta de Emenda Constitucional nº 29,
que trata da reforma do Judiciário. Mas admite nutrir esperanças de que
uma iniciativa infra-constitucional como essa possa surtir resultados até
melhores. "Precisamos discutir até mesmo se há ou não necessidade
de se institucionalizar o processo de mediação ou se ele pode ser
instaurado sem a necessidade de lei", afirma. Segundo Renault, o temor dos teóricos sobre o assunto
é a transformação da mediação numa "fase" do processo.
Embora os Tribunais de Justiça do Distrito Federal e de Minas Gerais
tenham resultados positivos para mostrar na audiência de hoje, o secretário
adverte que é necessário definir conceitos básicos como as
possibilidades de acordo e a participação de leigos no processo de
conciliação. O secretário ressalta que os mediadores precisam ser
treinados. "A experiência dos juizados especiais tem demonstrado que
eles só não funcionam de maneira mais adequada por falta de capacitação
dos mediadores", diz. Além disso, ainda não há consenso sobre a
triagem de processos, já que nas propostas atuais os juízes têm que
avaliar todos os casos para definir quais podem passar pela tentativa de
mediação e quais precisam seguir o processo tradicional. Renault
acredita que é preciso descobrir uma alternativa mais ágil para a
triagem.
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